Existem diferenças entre fundos de investimento e fundos de previdência. É importante entender qual o papel desses fundos, na sua estratégia de investimentos e multiplicação de recursos.
Um fundo é uma espécie de condomínio de investidores, que se juntam para trabalhar uma mesma estratégia de investimento. Ela é descrita em um prospecto divulgado por um gestor – a instituição que gerencia a estratégia. Quando você investe em um fundo, você está comprando títulos públicos, ações e qualquer tipo de ativos financeiros que estejam previstos na carteira ou na lâmina de investimentos do fundo. Você não compra diretamente, porque o gestor faz isso por você.
Fundo de Previdência
Quando é um fundo de previdência ou um plano de previdência, você não está direcionando os seus recursos para ficar parado num plano qualquer, ou na seguradora que administra o plano. Um fundo de previdência também tem um gestor especializado, comprando títulos públicos, ações e outros artigos descritos na lâmina de investimentos, para montar uma carteira adequada e assim atrair os investidores.
O fundo de previdência tem algumas características específicas. Em termos tributários, por exemplo, você tem o regime da tributação progressiva ou regressiva. Nos planos do tipo PGBL, existe também um benefício fiscal, em que uma parte da renda bruta anual pode ser abatida.
Outra característica é o prazo médio que os investidores mantém o seu dinheiro no fundo. Quando um gestor define a criação de um fundo de previdência, ele está divulgando para o mercado a oportunidade de investir num fundo que, supõe-se, os investidores estarão construindo a sua aposentadoria. Ou seja, vão demorar pra sacar esses recursos. Como esse prazo é mais longo, normalmente o gestor vai comprar títulos de características que tenham benefícios de prazos mais longos.
Carta Compromisso
Outra característica dos fundos de previdência é a carta compromisso. Você compra um fundo com uma certa composição de ativos – por exemplo, 80% em renda fixa, 20% em renda variável – e o gestor tem que seguir o que foi acordado na carta. Em razão disso, em todos os meses é feito um rebalanceamento da carteira. A consequência é que sempre que a Bolsa estiver em alta, o fundo vende suas ações excedentes; sempre que estiver em baixa, o fundo compra. Em função da chamada média ponderada, o fundo vai comprar mais ações quando elas estão rendendo mais que a renda fixa e vai vender mais ações quando elas estiverem rendendo menos. Inevitavelmente, a longo prazo, os rendimentos desse fundo tendem a ser maiores que os fundos de renda fixa. Com isso, quando você analisa um fundo de previdência ao longo de vários anos, vai perceber que os fundos mais agressivos tendem realmente a ter um desempenho melhor que os fundos mais conservadores.
Portanto, para quem realmente pensa em manter os recursos aplicados por um prazo mais longo, sendo ou não para a previdência pessoal, o fundo de previdência pode trazer reflexos mais interessantes, em consequência de estabilidade da carteira. Com uma duração média (duration) maior e com o rebalanceamento frequente, obriga o gestor a colher resultados – quando eles existem – ou comprar o que está realmente barato quando o mercado está em liquidação. Com isso, existe uma lógica que funciona muito bem para os que estão construindo sua previdência, e que serão recompensados ao assumir um prazo mais longo, com um pouco mais de risco sobre sua carteira.
Veja, na íntegra, o vídeo de Gustavo Cerbasi, no canal BTG Pactual Digital:
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