Avanço da Covid-19 pelo Estado de São Paulo
Muitas são as divergências em relação às medidas necessárias no combate a doença no Estado de São Paulo. Mas agora, passados alguns meses do primeiro caso confirmado em São Paulo, já é possível compreender melhor a doença e identificar as medidas que deram certo e as que não deram.
O Mega Feriado, que antecipou os feriados de Corpus Christi, Consciência Negra e o da Revolução de 9 de julho 1932, gerou 6 dias livres em plena quarentena. E pode-se dizer que não deu certo, pois não alterou muita coisa nos índices de isolamento e apenas contribuiu significativamente para o avanço da doença em direção ao interior de São Paulo e litoral, uma vez que não foi implantada nenhuma política de bloqueio rodoviário. O movimento de turistas que saíram de São Paulo para aproveitar o Mega Feriado foi intenso.
A ausência de qualquer política de implantação de barreiras sanitárias, que visassem impedir a interiorização do vírus, deixou claro que não houve preocupação em evitar a interiorização da doença, mas tão somente o colapso do sistema de saúde na capital.
No gráfico acima, mesmo estando Ubatuba entre as cidades com maior índice de isolamento social, duas semanas após o Mega Feriado, é possível verificar a alteração na velocidade de propagação da doença, com o aumento do número de casos.
Uma vez amenizada a pressão sobre o sistema de saúde na cidade de São Paulo, o maior centro populacional do Estado, deu-se início à flexibilização da quarentena, inclusive nas cidades litorâneas que tiveram as suas economias altamente impactadas e não possuem mais nenhuma condição de realizar quarentena.
Embora a flexibilização em Ubatuba tenha sido implementada sem nenhum sinal de diminuição da propagação da doença, aparentemente o avanço está controlado e as medidas de utilização de máscaras e álcool 70% pelos estabelecimentos comerciais estão sendo suficientes para que o sistema de saúde não entre em colapso.
No gráfico acima, é possível observar uma leve tendência de alta do número de casos em períodos de 7 dias em Ubatuba e um aumento gradativo do número de internados. Essa última alta no número de casos pode ser explicada pela baixa notificação no dia anterior e pelo aumento da disponibilidade de testes. Com a mudança de padrão de testes é natural que esse número de casos positivos tenha um aumento, pois pessoas que antes não seriam testadas por serem os sintomas leves, passaram a ser testadas, contribuindo para esse indicador.
No gráfico acima temos os números de internados em enfermaria e em leitos de UTI originados em Ubatuba. Os pacientes transferidos para outros hospitais, como por exemplo o Hospital Regional de Caraguatatuba, continuam contando para o Boletim de Ubatuba, ainda que o número de internados na Santa Casa tenha diminuído, como foi o caso de ontem para hoje.
Os gráficos serão diariamente atualizados.
Contudo, vale lembrar que o sistema de saúde de cidades pequenas, como é o exemplo de Ubatuba, pode ser facilmente colapsado, tendo em vista o baixo número de leitos. As cautelas devem ser mantidas vez que a doença avança e a propagação está acelerando, ainda que moderadamente.
Mantendo esse ritmo, muito provavelmente não será necessário o retrocesso no processo de flexibilização da economia, que foi muito impactada e causou graves problemas financeiros à população, principalmente àqueles que não possuíam uma reserva de emergência ou tinham como única fonte de renda a sua atividade.
O impacto econômico e a ruptura do fluxo de renda na população, equivalente ao de uma guerra, deixou evidente como é importante diversificar as fontes de renda. Quem durante essa crise já tinha construído uma carteira de investimentos bem planejada, com investimentos com exposição ao dólar, teve tranquilidade pelo menos do ponto de vista financeiro para passar por essa fase tão difícil para todos nós.
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