Os investimentos em renda fixa ou em renda variável podem mudar conforme o tempo e o cenário que se apresentam. Então, como saber o quanto você pode investir, ou alocar, da renda fixa para a variável?
Segundo o educador financeiro Gustavo Cerbasi, existe, por exemplo, a regra dos 80. Esse critério é muito simples: subtraia a sua idade do número 80, e o resultado dessa conta é o quanto você pode ter na sua renda variável. Ou seja, imagine que você tenha 46 anos; se você subtrair a sua idade do número 80, você vai ter como resultado o número 34. A ideia, então, é usar até 34% dos seus investimentos em renda variável, e o restante em renda fixa.
Sim, essa é uma forma conservadora de você se proteger contra excessos de um comportamento muito ambicioso, e que pode colocar seus investimentos em um risco além do necessário. Esse é o caso, principalmente, de carteiras passivas, nas quais o investidor não pode atuar ou acompanhar frequentemente o que acontece no mercado.
Mas e em um cenário de taxa Selic muito baixa: será que a regra dos 80 ainda funciona? Segundo Cerbasi, sim. Ela ainda pode funcionar muito bem. Mas é preciso administrá-la com sabedoria. Nesse caso, é não se expor de uma maneira que, diante de uma grande crise, você se sinta inseguro, ansioso ou até frustrado com os resultados dos seus investimentos. Se extrapolar essa regra de segurança, é melhor então acompanhar cotidianamente e, mais de perto, a sua carteira de investimentos variáveis.
Outras opções de alocação
Agora, imagine que você possa ficar desanimado com o rendimento da sua renda fixa, por conta de uma taxa Selic muito baixa. O que fazer? Uma das maneiras é usar como procedimento o que se faz nos países desenvolvidos. Ao invés da regra dos 80, você passa a usar a regra dos 100 no mesmo contexto.
Mas Cerbasi sugere, ainda, uma outra estratégia: a de melhorar a sua renda fixa (usando a estratégia de continuar com a regra dos 80), mas avaliando o que realmente precisa ter liquidez.
Isso porque uma grande parcela da renda fixa não é para um fundo de emergência, mas para compor uma estratégia de solidez do que você está conquistando. Essa parcela você pode direcionar para outra forma de renda fixa, como, por exemplo, os fundos imobiliários.
Fundos imobiliários não são investimentos de renda variável? Sim. Mas, respeitados critérios de solidez e rentabilidade, eles podem se enquadrar nessa parte da carteira de “renda fixa”. Suas cotas oscilam de valor, mas a proposta é a de trazer rendimentos constantes e consistentes.
A mesma ideia para pessoas que sejam um pouco mais maduras sobre os procedimentos do mercado é alocar parte da sua carteira de ações dentro da sua parcela de renda fixa. Você pode colocar ações pagadoras de dividendos – ações com maior critério conservador e geradores de renda – como uma parte da renda fixa da sua carteira.
Ou seja, grande parte da “pizza” dos seus investimentos em renda fixa pode ter fundos imobiliários, ações pagadoras de dividendos ou ativos de renda fixa com menor liquidez. Mas a parcela que corresponde à sua reserva de emergência estará num produto de liquidez imediata. Com isso, não estamos mudando nenhuma regra.
Seguindo essas recomendações, você pode ter um portfólio equilibrado, com investimentos em renda fixa e renda variável que terão bons rendimentos no longo prazo e com resiliência nos momentos de crise.
Assista, na íntegra, o vídeo de Gustavo Cerbasi, no canal do BTG Digital.
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