Após superar a barreira dos R$5,80 em março de 2021, o dólar opera no patamar de R$5,50 no final de abril. É a maior sequência de baixas desde 2016, e o menor valor desde 24 de fevereiro, o que sinaliza uma descompressão de risco.
Levando-se tal movimento em conta, podemos dizer que ele vai continuar? Quais são os pontos que devem ser observados para saber o patamar correto da moeda americana?
Se quiser saber mais, é só seguir lendo esse artigo.
O mercado externo dá sinais de recuperação
Apesar do temor de uma crise fiscal no país ainda ser grande, pode-se dizer que houve uma melhora na perspectiva de recuperação pelos agentes econômicos.
No cenário internacional, o pacote fiscal nos EUA de US$2 trilhões, anunciado pelo governo Biden – somado ao rápido avanço da vacinação no país – aumentou a expectativa da aceleração da atividade econômica em 2021. A projeção do PIB para este ano foi revisada pelo FED de 4,2% para 6,5%.
Além disso, o preço internacional das commodities passa por um ciclo de aceleração, principalmente o petróleo e o minério de ferro. O cenário de comércio mundial passa por revisões altistas, liderados por China e EUA.
Isso demonstra que existe um tom otimista para a retomada da atividade econômica – o que pode ser bom para os países emergentes, que podem receber injeção de capital pelo aumento da liquidez financeira global.
Câmbio justo a R$5?
Muito se discute sobre o valor esperado do real frente ao dólar, considerados os ciclos de alta de juros pelo Banco Central e do preço das commodities. Depois de períodos de muita volatilidade nos primeiros meses de 2021, quando ultrapassou os R$5,80 – o valor mais alto desde o auge da pandemia, em 2020 -, a moeda americana iniciou uma sequência de baixas, favorecida por notícias econômicas mais otimistas.
O mercado internacional favorece a valorização do real, mas o patamar dos R$5,50 não parece ceder. Quais podem ser as razões para isso?
O consenso do mercado é que a combinação perversa dos riscos fiscal, político e sanitário determinam o alto grau de incerteza sobre a economia brasileira. Apesar de alguns indicadores serem positivos, como a estimativa para o superávit comercial recorde para 2021, o ruído provocado pelos fatores político-administrativos cobra seu preço.
Entre os mais recentes acontecimentos, podemos destacar a interferência na Petrobras, o impasse na aprovação do orçamento de 2021, com quatro meses de atraso, e a CPI da Covid no Senado Federal. Tais situações mostram o quanto a situação política é frágil.
O que esperar daqui para frente
A atuação governamental será acompanhada de perto. O mercado cobra o andamento das reformas estruturais, como a administrativa e a tributária, como condição de compromisso do governo. As ameaças constantes de rompimento do teto de gastos não foram bem vistas, pelo temor de aumento da dívida pública. E todas essas decisões têm efeito direto no risco-país e juros de longo prazo, o que provoca a depreciação da moeda brasileira.
O efeito do pagamento do auxílio emergencial é fundamental nesse processo, pois ele pode amenizar os efeitos da crise sanitária no Brasil (que passa pelo seu pior momento), permitindo que se estabeleçam medidas mais rígidas de isolamento social que possam arrefecer a disseminação do vírus.
A estabilização dos fatores fiscais será determinante para o câmbio, que, por sua vez, terá influência direta na política monetária. A alta no preço do petróleo no mercado internacional, combinada a uma desvalorização do real, foi o principal fator de pressão sobre os índices de inflação, pelos reajustes nos preços dos combustíveis e sobre os preços administrados. O IPCA encontra-se atualmente perto do teto da meta anual.
O BTG Pactual, no seu relatório sobre câmbio de 23 de abril, prevê uma taxa de câmbio para 2021 no patamar de R$5,40 no cenário base (probabilidade estimada de 65%).
Câmbio como proteção
O real, atualmente, é uma das moedas mais baratas dos países emergentes – uma desvalorização mais de 20% do que a sugerida pelos fundamentos.
Apesar disso, os parâmetros que sustentam a potencial valorização ainda são incertos. Com a instalação da CPI da Covid, é possível que os trabalhos do legislativo fiquem paralisados por boa parte do ano, o que provocaria atrasos nas reformas que o mercado liberal demanda.
Para esse cenário, ativos indexados ao dólar podem ser uma boa opção para proteção de patrimônio.
Para se ter uma ideia, no ano de 2020, se um investidor estivesse posicionado em Ibovespa, ele teria um rendimento de 2,92% no ano. Já com uma aplicação atrelada ao dólar, ele teria um ganho no ano de 29,33% – resultado 10 vezes superior.
Investimentos sem o risco-Brasil
Mas não existem oportunidades apenas no lado defensivo. O acesso ao mercado externo permite que o investidor tenha participações nas maiores empresas do mundo, como Apple, Google, Microsoft, Tesla, Amazon, Facebook, entre outras, ou invista no mercado chinês, que cresce a uma taxa média acima de 6% na última década – além de a China ter sido o único país do mundo a crescer na crise do Covid.
Mesmo no ano passado, em meio à crise instalada, o investidor com acesso à bolsa americana teve uma janela de oportunidade: as empresas que lideraram a corrida à vacina tiveram desempenhos impressionantes. A ação Novavax, foi uma das primeiras a iniciar as pesquisas, disparou incríveis 3.145% em 2020. Moderna e BioNTech, que também estiveram à frente da corrida, valorizaram-se 502% e 186%, respectivamente.
Assim, os investimentos no exterior podem ser uma alternativa interessante para aqueles que querem fugir do risco-Brasil, e aproveitar o momento de otimismo na retomada dos mercados internacionais.
Como começar a investir?
Existem diversos produtos que têm exposição à moeda estrangeira, cada um com funcionamento diferente. Depende do objetivo de cada investidor, caso ele busque proteção (como um importador ou exportador), diversificação, ou mesmo especulação com o valor da moeda. Alguns dos ativos mais comuns são:
- Fundos cambiais;
- Fundos offshore;
- Futuros e NDFs;
- BDRs;
- COEs.
Quer saber mais sobre o assunto? É só falar com a gente. Temos uma equipe de assessores, com os melhores ativos do mercado.
Atlas Invest
A Atlas Invest é um escritório de assessoria de investimentos vinculado ao Banco BTG Pactual S.A. (“BTG Pactual”), fundada por profissionais do mercado financeiro com mais de dez anos de experiência. Na plataforma BTG Pactual Digital, você pode encontrar os investimentos adequados para o seu perfil de investimento. O processo de abertura da conta é rápido, simples e sem custos.
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Esperamos que este material contribua para sua trajetória rumo à independência financeira.
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