Provavelmente você tem acompanhado as notícias que tratam das constantes reduções da Taxa Selic. Mas já se perguntou o que significa essa taxa e o que motiva o governo a se preocupar tanto com ela e os seus impactos sobre os investimentos?
Para que você possa realizar seus investimentos de forma mais assertiva e bem sucedida é muito importante conhecer alguns conceitos. Nesse artigo, vamos explicar em detalhes tudo o que você precisa saber sobre a taxa Selic e como ela pode afetar diretamente os seus investimentos.
O que é a Taxa Selic?
O SELIC – Sistema Especial de Liquidação e Custódia – é um mecanismo utilizado pelo Banco Central para regular a economia. Através da Taxa Selic, o Banco Central controla a inflação e os juros praticados pelo mercado, entre outros fatores.
A Selic também serve de parâmetro para o financiamento de operações com duração diária, no mercado interbancário.
Muitas pessoas não sabem, mas os bancos realizam, entre si, empréstimos de curtíssimo prazo (1 dia) regularmente. Esses empréstimos visam recompor, momentaneamente, o caixa das instituições, que têm que cumprir uma ordem do Banco Central sobre depósitos compulsórios.
Depósito compulsório é uma porcentagem das captações de um banco que devem ser depositadas no Banco Central. Essa taxa é determinada pelo BC, e pode mudar de acordo com a situação econômica. Ela serve para aumentar ou diminuir a quantidade de moeda na economia, mas também serve como um fundo de emergência em crises.
Agora, vamos imaginar que no encerramento de um determinado dia o banco A não tenha em caixa o valor do seu depósito compulsório. O que ele faz para não ser punido pelo Banco Central?
Nesse caso, o Banco A entra em contato com o Banco B e solicita um “empréstimo”, com vencimento de apenas 1 dia, só para o cumprimento do depósito compulsório.
Mas qual a relação da Selic com o compulsório dos bancos e esses empréstimos interbancários? E qual é a taxa de juros cobrada dos bancos, entre si, para realização dessas operações?
A resposta é: a Taxa Selic vigente.
As taxas de juros, praticadas nas operações de crédito e financiamento, estão condicionadas, basicamente, ao prazo e ao risco do contratante não efetuar o pagamento das parcelas em dia. No entanto, como os empréstimos interbancários são nulos em termo de riscos, os bancos fazem uso da Selic nesse tipo de empréstimo. Vale destacar, também, que o uso da Selic visa impedir perdas relacionadas com a desvalorização do real.
Portanto, podemos concluir que, quanto mais baixa for a Taxa Selic, menores os juros nos empréstimos interbancários e, consequentemente, nas outras modalidades de empréstimos. O que, naturalmente, contribui (ou deveria) para a redução dos juros sobre empréstimos e financiamentos em geral.
Como a Taxa Selic afeta os seus Investimentos?
A Selic é a taxa básica da economia, e serve de parâmetro para definição dos juros cobrados pelos bancos – nos empréstimos entre si – e também para a população em geral. Mas a Selic não é utilizada apenas para esse fim. Como ela é a taxa básica da economia, o seu percentual também serve de parâmetro para remunerar os investidores em diversas modalidades de investimento, sobretudo aquelas relacionadas à renda fixa.
Logo, na renda fixa pós-fixada, a queda da Taxa Selic é um mau negócio para o investidor, porque ela reduz, por consequência, a rentabilidade de investimentos como o Tesouro Direto e alguns outros:
- LCI – Letras de Crédito Imobiliário
- LCA – Letras de Crédito do Agronegócio
- LC – Letras de Câmbio
- CDB – Certificado de Depósito Bancário
- CRI – Certificado de Recebíveis Imobiliários
- CRA – Certificado de Recebíveis do Agronegócio
- Debêntures
Essa menor rentabilidade da Taxa Selic é o que tem levado um grande número de investidores a buscar a renda variável.
A Selic, que durante um bom tempo se manteve em um patamar de 2 dígitos, é de 2% ao ano no momento em que escrevemos esse artigo. Isso mostra uma clara tentativa do governo de acelerar a economia, por conta da pandemia e seus efeitos econômicos.
Com a Selic em apenas 2% ao ano, a rentabilidade dos investimentos em renda fixa fica quase nula. Isso força o investidor a buscar opções na renda variável.
Apesar de oferecer riscos maiores, a renda variável também oferece maior oportunidade de ganhos.
Vejamos algumas opções:
Fundos de Investimento
São ótimas opções de renda variável, uma vez que são administrados por gestores e analistas que acompanham as variações do mercado. Esses gestores fazem movimentações na carteira com o objetivo de maximizar seus resultados.
Fundos Imobiliários
Investem na obtenção de lucros para seus investidores, por meio de operações de locação e venda de imóveis comerciais.
Ações
O investidor aplica seu dinheiro em empresas, visando ser remunerado pela sua valorização no mercado e, também, pelos seus lucros. Essa, por sinal, é a modalidade mais conhecida dos investimentos na renda variável.
Agora você já sabe o que é a Taxa Selic, como ela afeta a rentabilidade dos investimentos e, também, onde investir quando ela está em baixa. Com base nesse conhecimento, algumas das suas decisões como investidor, certamente, serão mais assertivas.