A notícia da morte do romeno Mircea Popescu, no final de junho, teve uma grande repercussão no mercado de criptomoedas. Isso porque Popescu tinha uma fortuna estimada de US$2 bilhões em bitcoins (cerca de RS11 bilhões), mas levou consigo as chaves de acesso. Por isso, os ativos podem ficar em um limbo, perdidos para sempre.
O fato traz à tona uma questão: afinal, os criptoativos são seguros ou não? Apesar de a tecnologia blockchain mostrar-se cada vez mais confiável quanto à prevenção de vulnerabilidade – tornando-se uma referência na arquitetura de sistemas -, achamos importante esclarecer aspectos das criptomoedas que podem ter riscos – e como se proteger deles.
O “filósofo” e seu 1 milhão de BTCs
Mircea Popescu foi um pioneiro e um grande entusiasta do bitcoin. Conhecido e respeitado no mundo das criptomoedas, ajudou a criar o Bitcoin Standard, livro que virou a referência mais importante sobre o papel das moedas digitais. Denominava a si mesmo como um “filósofo do bitcoin”, por suas opiniões e discussões sobre o tema.
Ao arriscar-se a nadar em uma região imprópria para banhistas na praia de Puntarenas, na Costa Rica, foi arrastado pela correnteza e morreu afogado em poucos segundos, aos 41 anos.
Agora, se ninguém tiver os códigos para acessar a carteira criptografada com os criptoativos, cerca de 1 milhão de bitcoins podem terminar inacessíveis. Em cotação de abril (quando o bitcoin atingiu a sua máxima histórica de US64 mil), são US$2 bilhões que irão simplesmente desaparecer.
O ideal anti-sistema e suas desvantagens
O bitcoin nasceu após a crise financeira de 2008, como uma resposta à intermediação irresponsável dos bancos à época. Os grandes bancos americanos tiveram grande responsabilidade na crise dos subprimes (a grande bolha de créditos imobiliários nos EUA, que terminou com a quebra do Lehman Brothers, um dos maiores bancos americanos à época), e provocaram uma tormenta financeira de escala mundial.
O intuito do bitcoin, por um lado, foi bem sucedido: criou um ativo anti-sistema e à margem das instituições financeiras, de mercado próprio e rápido crescimento. Por outro aspecto, entretanto, não conta com as garantias que o “sistema” oferece – e por isso aqueles que nele investem correm vários riscos adicionais.
Tomemos o exemplo de Popescu. Se os ativos de sua carteira fossem os chamados tradicionais (como títulos de renda fixa ou variável, negociados por bancos ou corretoras), eles estariam sob custódia de uma instituição reconhecida e competente, que por sua vez iria disponibilizá-los para inventário de sucessão dos bens. É uma previsão legal que protege os beneficiários.
No caso da compra direta de criptomoedas, tal ente garantidor não existe. Apesar de os ativos possuírem uma escrituração digital – na blockchain há uma validação conjunta e recíproca dos elos da cadeia -, a custódia deles pertence a quem tiver os códigos de acesso.
El Salvador foi o primeiro país do mundo a adotar o bitcoin como moeda corrente. No entanto, a medida foi vista com desconfiança: enquanto a adoção foi celebrada pelos usuários da moeda pelo mundo, comemorada como um avanço de mercado, a comunidade internacional viu a ação com extremo ceticismo.
Como se proteger?
É aí que as transações realizadas dentro do chamado “sistema” mostram-se vantajosas; a alcunha “sistema” não é à toa. São várias instituições do Estado, de poderes separados, em diferentes níveis e papéis, destinados a organizar e dar transparência a todos os participantes do processo.
As instituições financeiras e corretoras, que negociam os títulos com os investidores, são reguladas e fiscalizadas no Brasil pelo Banco Central e pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Isso dá uma grande segurança para quem resolve investir, porque ficam expostos apenas aos riscos inerentes ao mercado: risco de mercado, risco de liquidez, risco cambial, etc. Existe uma extensa legislação que visa, em última instância, proteger o investidor.
Hoje em dia, já existem muitos ativos e ferramentas ligados às criptomoedas que contam com os instrumentos de controle do mercado, e desse modo oferecem proteção ao investidor. Em artigos anteriores, já descrevemos alguns deles:
- o HDAI, primeiro índice relacionado ao mercado de criptoativos, distribuído pela Nasdaq;
- fundos da Hashdex, primeira gestora de criptomoedas e criadora do HDAI;
- e o HASH11, primeiro ETF de criptoativos do Brasil.
São todas ferramentas criadas dentro do arcabouço legal do Estado, tão seguros quanto qualquer outro ativo oferecido por bancos e corretoras.
Conclusão
A resposta para a pergunta do começo do artigo é: sim, os criptoativos são seguros. Mas existem os meios mais indicados de se investir.
Em primeiro lugar, deve-se levar em conta que, pela natureza e pelas condições de mercado atuais, a volatilidade é inerente a esse tipo de ativo – tanto para cima quanto para baixo. Portanto, a quantia alocada deve respeitar o tamanho da sua carteira e, principalmente, seu perfil de risco.
Depois, considere apenas instituições referenciadas, sobre as quais você possa confirmar a idoneidade e experiência. Nos sites do Banco Central e CVM estão listadas todas as instituições autorizadas a negociar e fazer gestão de capitais. Não arrisque seu patrimônio por um ganho fácil nessa hora.
Os fundos de investimento, por exemplo, são pessoas jurídicas com CNPJ próprio e registrados na CVM. Para atestar suas condições, basta uma simples consulta no site da CVM (que você pode ver aqui).
Tomando alguns cuidados, você pode começar a investir em criptomoedas hoje mesmo, em instituições confiáveis e de modo simples. E, se precisar de alguma orientação ao longo do caminho, pode sempre contar com a gente.
Atlas Invest
A Atlas Invest é um escritório de assessoria de investimentos vinculado ao Banco BTG Pactual S.A. (“BTG Pactual”), fundada por profissionais do mercado financeiro com mais de dez anos de experiência. Na plataforma BTG Pactual digital, você pode encontrar os investimentos adequados para o seu perfil de investimento. O processo de abertura da conta é rápido, simples e sem custos.
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Esperamos que este material contribua para sua trajetória rumo à independência financeira.
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